terça-feira, 18 de junho de 2013

As diferenças de esgotos

Posted by Rafael Lara On 05:39 No comments

Por: GABRIELLE ALVES


A água usada nas atividades domésticas se transforma no resíduo líquido conhecido como esgoto, que pode causar sérios problemas tanto ao meio ambiente como à saúde das pessoas. O esgoto doméstico pode ser tratado com relativa facilidade antes de ser lançado no ambiente. Infelizmente, tratamento de esgoto é uma baixa prioridade para o poder público e para a população em geral, o que resulta em índices baixos de coleta e tratamento no Brasil.
Impactos sanitário e ambiental
Quando falamos no problema do esgoto temos que pensar em dois tipos de impacto: o sanitário e o ambiental. O impacto sanitário envolve os problemas de saúde pública causados pelo esgoto, que propaga doenças quando não é coletado e tratado corretamente. As estatísticas mostram que a qualidade de vida da população está ligada diretamente a boas condições sanitárias. Por muito tempo, as ações públicas e individuais em relação ao esgoto deram prioridade somente ao aspecto sanitário. A questão ambiental só começou a ser considerada recentemente. No mundo atual, porém, não faz sentido resolver apenas os problemas do esgoto que ameaçam a saúde da população. A saúde do ambiente também deve ser preservada, afinal, se o ambiente se degradar, a qualidade de vida da população vai cair também.
Coleta e tratamento
Entende-se por coleta as soluções para levar o esgoto desde sua origem até o seu destino final. Normalmente isso se traduz em tubulações enterradas por onde o esgoto escoa. Já o tratamento consiste em um conjunto de operações que transformam o esgoto novamente em água de qualidade que pode ser reusada ou lançada no meio ambiente sem causar problemas.
O privado e o público
Tanto a coleta como o tratamento do esgoto podem ter uma etapa privada e outra pública. Quem constrói sua casa e canaliza o esgoto da pia, do tanque, do vaso sanitário até a tubulação que passa na rua está fazendo a parte privada do processo. Já as manilhas da rua estão na parte pública do caminho realizado pelo esgoto. Quando o proprietário de uma casa instala uma fossa séptica no seu terreno está fazendo um tratamento do esgoto no lado privado. Se o esgoto é tratado em uma estação municipal, então o tratamento está acontecendo no lado público.
Mas a quem compete resolver o problema do esgoto? Ao cidadão ou ao governo? Quem mora em um sítio provavelmente terá que resolvê-lo por conta, pois não é viável estender a rede pública de coleta até áreas rurais. Em algumas cidades, a lei obriga condomínios residenciais a fazerem tratamento do seu esgoto antes de lançá-lo na rede pública. Em áreas urbanas, o cenário ideal seria aquele em que o poder público coleta e trata todo o esgoto doméstico, mas no Brasil esse ainda é um sonho que pouquíssimos municípios concretizaram. Sobra para o cidadão consciente, na maioria dos casos, a responsabilidade não assumida pelo poder público.
No Brasil, os índices de coleta pública de esgoto são baixos e os de tratamento público, menores ainda, ou seja, em muitos lugares não há rede pública de coleta e onde essa rede existe geralmente falta o tratamento.
O caminho do esgoto de ponta a ponta
O esgoto faz um caminho desde a origem até o seu destino final que pode apresentar as seguintes etapas.
  • Coleta privada. As canalizações de esgoto de uma casa são exemplo de coleta no lado privado do fluxo. Ocorre na propriedade e compete ao cidadão. Embora tubos de PVC venham à nossa cabeça sempre que falamos em coleta de esgoto em casa, existem outras formas de coleta. O penico que ficava sob a cama de nossos avós é uma delas.
  • Tratamento privado. Inclui as iniciativas tomadas pelo indivíduo para tratar o seu esgoto. Um exemplo é a fossa séptica, muito popular no Brasil e que costuma ser enterrada próxima da casa. Também existem estações de tratamento completas para tratar na propriedade o esgoto residencial.
  • Coleta pública. As manilhas colocadas na rua são parte da rede pública de coleta. Em uma situação ideal, elas acompanham a topografia do terreno e conduzem o esgoto para tubulações maiores que correm pela lateral dos córregos. Essas, desembocam em tubulações tronco instaladas nas laterais dos rios até que todo o esgoto chega à estação de tratamento municipal. Infelizmente, em muitos casos, o esgoto é lançado sem tratamento, diretamente nos córregos e nos rios.
  • Tratamento público. As estações municipais recebem o esgoto coletado na rede pública. Quando feito seguindo as melhores práticas esse tratamento gera água recuperada que pode ser lançada no rio sem problemas. Uma estação eficiente pode também gerar água não potável para usos industriais e agrícolas, além de metano para geração de energia e biossólido para adubação e condicionamento de solos.
  • Lançamento no ambiente. O fim da linha para o esgoto, tratado ou não, é o ambiente, que pode ser um corpo receptor (córrego ou rio) ou, então, o solo. Quando é lançado no solo, o esgoto vai atingir os lençóis subterrâneos.

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